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domingo, 24 de março de 2013

O Voo do Vulto Preto

     Preto… Uma mancha preta voa, passa por mim… Alheia a mim… Alheia ao mundo… Indiferente, distante… Ela voa sobre as nossas cabeças.  Pergunto-me sobre as suas origens… Pergunto sobre o que é no agora, o que foi naquele ou noutro passado e no que será ou não no futuro, seja este qual for. E ela voa… Será um corvo? Será uma das suas penas? Não… É algo maior! Será apenas mais uma sombra deste mundo ou será um demónio do outro? E mais uma volta, mais um rodopio… Pobre é a minha alma por ter em tão pouca consideração esta complexa mancha, este vulto de algo maior.
     Oh doce e inconsolável mente, que alucinações minhas… Doce e incontrolável imaginação deixaste-me quebrar ao ver tamanha graciosidade. Serei a única a ver a mágica dança do vulto nesta noite escura apenas iluminada com algumas velas de chama branca. E ela voa… Mais um salto, mais uma volta, mais um rodopio… Será a mancha um espirito do além? Uma lagrima cai dos olhos dos meus companheiros. Não sou a única… Tanta paixão, tanta dor. Os anjos cantam. “É um espirito. É um anjo…”, dizem os que me rodeiam. Mais um salto… Uma queda… Dor… Sofrimento… E rodopiou e saltou…
     Uma luz intensa acende-se cegando-me. Por três segundos ela manteve-se intensa até que repente desapareceu com tanta rapidez como aquela que uso para chegar. Preto… O mundo estava preto… Estava cega, estava perdida… Gradualmente comecei a ver novamente. Mais vulto… Vultos vermelho sangue… Demónios sangrentos… Guerra… Medo… Morte! Saltos… Quedas… Desaparecimentos… Oh alucinações minhas! Tornaram a realidade e ficção numa só… Preto… Não. O vulto gracioso era agora dourado. Oh imaginação… Oh mente perversa vês a morte, vês o pesadelo e nem derramas uma lagrima como os meus companheiros. Sonho… Pesadelo… Só pode ser e nada mais…
     Longe… Muito longe… Ela fica imóvel, petrificada… Alheia a mim, alheia ao mundo… A vida não tem sentido. As palavras não têm significado. Só uma coisa tem significado… Só aquele olhar e nada mais. Oh… Aquele olhar que eu agora vejo tão claro como a cor dourada do vestido daquela criatura a que antes chamava vulto, mancha. Paixão… Dor… Preto no branco que agora já não é preto nem branco. Tudo junto e nada sozinho… As peças do puzzle começam agora a juntar-se. Quebrou-me com um único rodopio. Quebrou a postura dos mais fortes com um único olhar, com um único abanar de braços. Tristeza… Solidão… Tudo isso e nada mais…
     Um passo… Dois passos… Três passos… Finalmente ela começava a mexer-se. Lentamente… Graciosamente… Tal como desde o início de tudo. E eu mantinha-me ali, quieta como sempre… Inconscientemente pedia uma razão. Uma razão para todo o sofrimento, para todo o sangue espalhado. Olhos doces… Determinação no olhar… Nunca perguntei. Nunca me respondeu. E com a noite como seu palco ela rodopio uma última vez com o seu vestido dourado, saltou e voou para o horizonte. Se voltou não o sei. Aquela era a paixão… Aquela era a dor… Aquela era a Vida e nada mais.
Este texto é dedicado à minha amiga Joana Rodrigues. Happy Birthday! Be happy, love, smile and keep moving on.
Ela percebeu o que o texto dizia e isso é que interessa.
Guarda no coração estas palavras: Sonha alto, luta pelos teus objetivos, nunca percas esse sorriso brilhante e esse olhar feroz e determinado, ama e abraça a felicidade, ultrapassa o medo e derrota o sofrimento, nunca te deixes abater pela tristeza e se isso acontecer apoia-te na família e nos amigos porque eles vão ajudar-te no que for preciso, dá a mão a quem precisa, vive cada dia da melhor forma possível...

5 comentários:

Nadine Mendes disse...

gostei do texto :)

Parabens pelo texto continua a escrever :D

Daniela disse...

muito bom, adorei. (:

Unknown disse...

Obrigada Nadine. <3
Não te preocupes que não vou parar de escrever. :D

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Obrigada Daniela :)

Anónimo disse...

Adorei o texto!! Daniela Ribeiro da tua turma :p

Unknown disse...

Obrigada Daniela :)
É muito importante para mim receber feedbacks, sejam estes negativos ou positivos.