Preto… Uma mancha preta voa, passa por mim… Alheia a mim… Alheia ao
mundo… Indiferente, distante… Ela voa sobre as nossas cabeças. Pergunto-me sobre as suas origens… Pergunto
sobre o que é no agora, o que foi naquele ou noutro passado e no que será ou
não no futuro, seja este qual for. E ela voa… Será um corvo? Será uma das suas
penas? Não… É algo maior! Será apenas mais uma sombra deste mundo ou será um
demónio do outro? E mais uma volta, mais um rodopio… Pobre é a minha alma por
ter em tão pouca consideração esta complexa mancha, este vulto de algo maior.
Oh doce e inconsolável mente, que alucinações minhas… Doce e
incontrolável imaginação deixaste-me quebrar ao ver tamanha graciosidade. Serei
a única a ver a mágica dança do vulto nesta noite escura apenas iluminada com
algumas velas de chama branca. E ela voa… Mais um salto, mais uma volta, mais
um rodopio… Será a mancha um espirito do além? Uma lagrima cai dos olhos dos
meus companheiros. Não sou a única… Tanta paixão, tanta dor. Os anjos cantam.
“É um espirito. É um anjo…”, dizem os que me rodeiam. Mais um salto… Uma queda…
Dor… Sofrimento… E rodopiou e saltou…
Uma luz intensa acende-se cegando-me. Por três segundos ela manteve-se
intensa até que repente desapareceu com tanta rapidez como aquela que uso para
chegar. Preto… O mundo estava preto… Estava cega, estava perdida… Gradualmente
comecei a ver novamente. Mais vulto… Vultos vermelho sangue… Demónios
sangrentos… Guerra… Medo… Morte! Saltos… Quedas… Desaparecimentos… Oh
alucinações minhas! Tornaram a realidade e ficção numa só… Preto… Não. O vulto
gracioso era agora dourado. Oh imaginação… Oh mente perversa vês a morte, vês o
pesadelo e nem derramas uma lagrima como os meus companheiros. Sonho… Pesadelo…
Só pode ser e nada mais…
Longe… Muito longe… Ela fica imóvel, petrificada… Alheia a mim, alheia ao
mundo… A vida não tem sentido. As palavras não têm significado. Só uma coisa
tem significado… Só aquele olhar e nada mais. Oh… Aquele olhar que eu agora
vejo tão claro como a cor dourada do vestido daquela criatura a que antes
chamava vulto, mancha. Paixão… Dor… Preto no branco que agora já não é preto
nem branco. Tudo junto e nada sozinho… As peças do puzzle começam agora a
juntar-se. Quebrou-me com um único rodopio. Quebrou a postura dos mais fortes
com um único olhar, com um único abanar de braços. Tristeza… Solidão… Tudo isso
e nada mais…
Um passo… Dois passos… Três passos… Finalmente ela começava a mexer-se.
Lentamente… Graciosamente… Tal como desde o início de tudo. E eu mantinha-me
ali, quieta como sempre… Inconscientemente pedia uma razão. Uma razão para todo
o sofrimento, para todo o sangue espalhado. Olhos doces… Determinação no olhar…
Nunca perguntei. Nunca me respondeu. E com a noite como seu palco ela rodopio
uma última vez com o seu vestido dourado, saltou e voou para o horizonte. Se
voltou não o sei. Aquela era a paixão… Aquela era a dor… Aquela era a Vida e
nada mais.
Este texto é dedicado à minha amiga Joana Rodrigues. Happy Birthday! Be happy, love, smile and keep moving on.Ela percebeu o que o texto dizia e isso é que interessa.Guarda no coração estas palavras: Sonha alto, luta pelos teus objetivos, nunca percas esse sorriso brilhante e esse olhar feroz e determinado, ama e abraça a felicidade, ultrapassa o medo e derrota o sofrimento, nunca te deixes abater pela tristeza e se isso acontecer apoia-te na família e nos amigos porque eles vão ajudar-te no que for preciso, dá a mão a quem precisa, vive cada dia da melhor forma possível...
5 comentários:
gostei do texto :)
Parabens pelo texto continua a escrever :D
muito bom, adorei. (:
Obrigada Nadine. <3
Não te preocupes que não vou parar de escrever. :D
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Obrigada Daniela :)
Adorei o texto!! Daniela Ribeiro da tua turma :p
Obrigada Daniela :)
É muito importante para mim receber feedbacks, sejam estes negativos ou positivos.
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