Este é o local onde as palavras encantam.
Os escritores também tem sentimentos. Se sentiste, diz. Assim estaremos todos no mesmo nível de partilha.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Meu blog é neutro em CO2

Aqui à uns dias vi o post da Joana no seu blog "Caderno de Pensamentos" (que é espetacular, e não digo isto por adorar a Joana), sobre uma campanha.

Eu sou amante da Natureza. Para que já leu alguns dos meus textos saberá isso. Foi por esse mesmo motivo que eu, apesar de por norma publicar no blog unica e exclusivamente textos da minha autoria, fui incapaz de recusar ajudar.

Nesta campanha, por cada blog que aderir ao projeto, uma árvore será plantada, com o objetivo de tentar neutralizar a emissão de CO2. Fantástico, não acham?

E ora aqui estou eu, escritora (de alma) e amante da Mãe Natureza, a ajudar. Se todos o fizermos não custa nada. Alias, se queremos algo feito tempos de colocar as mãos ao trabalho e não apenas pensar em ajudar e acabar por nunca o fazer. Pouco a pouco, todas as pessoas do mundo têm de unir as mãos e avançar de cabeça erguida e sem medo de salvar o mesmo mundo que é o nosso lar e possivelmente o único que temos.

Dito isto, toca a ajudar!

Se querem saber mais sobre esta maravilhosa campanha, podem ir aqui e participar. A Natureza agradece. Nós agradecemos. E todas pessoas no futuro agradecem.

sábado, 5 de abril de 2014

Borboleta Branca



 Para a Alexandra. A Borboleta que merece voar. Ela que merece seguir muito mais do que o caminho amarelo. Ela que merece estar rodeada de magia, rodeada de amor, carinho e respeito. Ela que anda graciosamente e tentando ser forte por ela e pelos que ela ama. Ela que me apoiou e que ainda o faz em todos os dias da minha vida. Ela que acolhe como uma pessoa importante na sua vida. Para ela, que eu apoio e aconselho, porque merece sonhar.


 No meio da noite, suave e cintilante luz banhava o lago azul cristalino. Voando de pedra em pedra, os pirilampos passavam o tempo imortal. Nem mesmo na noite há silêncio. A não ser que o silêncio seja o uivo dos lobos, o canto dos rouxinóis, o bater das asas das corujas e o vento a ondular a água serena. Contando que este último fugiu com as nuvens, só resta o silêncio de uma noite típica do lago, típica da floresta, típica da natureza que rodeia a mulher de branco.
Uma estranha luz guiou pelos caminhos irregulares da floresta. O vestido branco quase a roçar na terra, a capa cinzenta aos ombros e o cabelo a deslisar pelas costas. A lua deixava o seu pó cair nos fios acastanhados, dourando-os. Se um caçador passasse diria ver uma deusa. A graciosidade com que ela percorria o caminho de terra, desviando-se das raízes e pedras, ninguém diria que ela vivia na aldeia.
A guiara-a. Nada se poderia dizer quanto a ela. Nem a jovem sabia. Porque haveria de a seguir? O que era a luz? Se a pergunta fosse respondida, ela não estaria ali naquele momento. Há questões que devem ser deixadas em paz, na escuridão do seu mistério. E pouco… Aquele pouco conhecimento que o tempo disponibiliza, louvado seja pela magia que concede, porque se não fosse ele, ela não teria decidido seguir o mistério.
O lago acalmara. O vento passara, os pássaros noturnos dançavam, os pirilampos iluminavam a inevitável loucura, e os lobos afastavam-se seguindo rumo à montanha. A mulher de branco chegou. A luz lunar refletia no seu vestido. A mágica aura no ar rodopiava e mergulhava, levantando o azul do lago, refletindo as estrelas e a luz que guiara a jovem. A capa, ao cair no chão, descobrindo o corpo dela. Longas e sedosas asas repousavam no seu corpo como se fizessem parte do vestido.
Se em tempos ela voara, não se sabe. No entanto, agora ela tenta ser livre. Livre de correntes que a prendem à aldeia que nada sabe. A pequena borboleta branca… O sorriso nos lábios. As mãos a acariciarem as asas da coruja, sentado no ramo mais alto da árvore, lado a lado com a mulher de branco. O uivo dos lobos ao sabor da lua cheia. Os rouxinóis a contarem histórias. A magia no lago da esperança.
Se o vento levasse os pesadelos embora e trouxe se as possibilidades… Ela teria de as procurar. Tentar voar para longe se necessário. Despedaçar as correntes do sofrimento. Seguir o caminho que ela quer trilhar. Acreditar pois a sua mãe sempre lhe disse que ela seria capaz. Sonhar. O primeiro passo começa com um sonho. Viver por aquilo que ela acreditar. E voar… Sempre, voar. Por que outro motivo seguiria ela uma luz?