Este é o local onde as palavras encantam.
Os escritores também tem sentimentos. Se sentiste, diz. Assim estaremos todos no mesmo nível de partilha.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A boneca do céu

Num quarto pintado com cores quentes e suaves vive uma rapariga de longos cabelos loiros, de olhos de um doce verde e pele clara. Normalmente vestia um vestido rosa com uns sapatinhos de cristal. Aquele quarto caloroso tinha uma janela que dava para um enorme lago rodeado por uma forte floresta. Às vezes quando o sol se punha, e a água do lago se tornava como por magia em dourada, a bela rapariga ia ver os tons do mundo e cantava uma canção encantada.

Mas hoje é um dia diferente, está a chover e o céu está negro como se tivesse sido pintado pela solidão. A rapariga olhou para o fraco sol e pensou no que tinha acontecido as alegres cores do Universo, os seus pensamentos reflectiam nas paredes silenciosas do quarto. Leves como penas, os pensamentos voavam pelo teto em direção ao infinito, batiam num parede e depois noutra e noutra e noutra... Até que por fim ela libertou-os para o horizonte, abrindo uma nova janela naquele quarto.

A rapariga sonhadora voltou para a cama e suspirou ao vento algo incompreensível e o vento respondeu-lhe com uma simples atitude: fez a triste rapariga voar pelo quarto, rodopiando, rodopiando, rodopiando até que por fim a voltou a poisar sobre uma cadeira de madeira coberta por uma manta vermelha aos quadrados, uma típica manta antiga e feita de forma pura.

O dia tinha finalmente terminado, a rapariga começara agora a cantar para a sua musa: a brilhante Lua. O céu tinha sido preenchido por estrelas e todas elas contavam uma história. Um infinito livro. Fora isto que a rapariga pedira. Um céu estrelado que lhe fizesse companhia quando o sol não o fizesse.

Na verdade a rapariga não era mais nem menos do que uma boneca de porcelana criada pelas memórias de uma escritora que á muito que tinha desaparecido e voado para o céu.

3 comentários:

Nadine Mendes disse...

Mesmo giro, Parabens!

Continua, quero continuar a ler os teus poemas!

:D

Beijos GRANDES :)

Anónimo disse...

Gostei muito. Continuas a escrever coisas muito bonitas que a avó gosta muito.

Ass: Avó Stela

Sara Costa disse...

Muito bonito*