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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A história da sereia e do jovem capitão


Quando o sol decide brilhar após uma longa noite, quando as montanhas deixam de ser um obstáculo para os raios brilhantes, num rochedo ao pé do mar, uma sereia de olhos cintilantes, penteava os seus longos cabelos castanhos vivos. E pouco a pouco, quando os primeiros raios de sol, fortes e quentes, iluminavam a magnifica sereia em cima do rochedo (bombardeado pelas ondas do mar), como se fosse o lago que reflete a luz, também ela reflete o brilho do sol. Os pássaros que acordavam cantavam, o leve vento de verão baila com as folhas e o mar arrasta a arreia para esta brincar com os peixes lá no fundo.
Um dia como os outros, nada mais, nada menos. Penteando os seus longos cabelos ela continuava… Sentada no rochedo, parte da sua cauda azul-esverdeada na água. Para a frente e para trás… O mar ia lançando a água, formando ondas (umas violentas, outras suaves). Para trás e para a frente… O tempo ia passando e a sereia brincava agora com os peixes que iam passando perto do rochedo.
Inesperadamente um barco aproxima-se do rochedo. Não é atraído pela canção da sereia, ela não é uma dessas sereias. Foi o capitão. Ele é que foi chamado ao rochedo. Se foi a luz, se foi a beleza ou se foi uma força mais forte, que transcende este mundo, que lhe disse para ele seguir aquele caminho... De qualquer das formas ele mandou os marinheiros seguirem em direção ao rochedo. Mas antes de chorarem na rocha quente ele mandou parar. Sentada na rocha, a sereia olhava com um ar surpreso e assustado. Sem saber o que fazer tentou fugir mas antes que ela pudesse mergulhar e desaparecer no vasto oceano, o jovem capitão gritou bem alto “Não estou aqui para fazer mal”. Não serviu de muito. Ela desapareceu e não voltou.
Durante anos o capitão passou por aquele rochedo. Esperou, navegou… Navegou, esperou… Mas ela não aparecia. Até que um dia, num porto apinhado de pessoas, uma voz disse ao jovem capitão para seguir por entre a multidão até a um barco branco, chamado Tarí Anárion. Ele correu, perdeu o folgo mas não deixou de correr. Chegando ao barco, a passar a ponte entre a terra firme e o barco, estava uma rapariga, longos cabelos castanhos vivos e olhos brilhantes. A sereia com uma forma humana, sem cauda azul-esverdeada.
O capitão nunca mais largou a sereia, a sereia ainda continua a ir ao rochedo. O resto é história e essa história ainda está a ser escrita.

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