Este é o local onde as palavras encantam.
Os escritores também tem sentimentos. Se sentiste, diz. Assim estaremos todos no mesmo nível de partilha.

domingo, 11 de maio de 2014

A História de uma Terra



Para a Joana. Para ela que me deu a oportunidade de usar a minha criatividade com um projeto maravilhoso e brilhante. Para ela que é uma querida. Para ela porque merece muitos miminhos. Para ela porque todos somos merecedores de ser a inspiração, merecedores de um texto, merecedores de uma história escrita em papel e com uma letra ondulada e graciosa. (Características que são inexistentes na minha letra.) Para ela porque tudo é possível e porque o futuro ainda está para vir.



O vento passa, levando as folhas perdidas na direção do mar. Tão longe elas voam. Tão alto elas sobem. E na praia, passeando de mãos dadas, o pai guia o filho numa aventura em pleno alto mar. Numa descoberta ao novo mundo. Na descoberta da história da Terra para lá do grande azul. Ele leva-o pelos caminhos de areia, mostrando as grutas escondidas e colhendo as conchas coloridas. E o vento passa, levando essas palavras para longe, tal como as folhas.
Com o olhar maravilhado, com o coração a bater ao som dos canhões dos barcos, o rapaz infiltra-se na história. Ao som da voz do seu pai, ele ouve o cântico das sereias e ouve a batalha de espadas. Metal contra metal. Gritos, ação… O mar a embater nos rochedos. A dança das ondas e os sonhos a cobrirem a areia clara da praia deserta.
“Um dia…” Ele disse tão suavemente como o vento passa. “Serás tu a contar a história desta terra. Serás tu o herói dos teus filhos. Serás tu o guerreiro a batalhar arduamente contra as ondas da vida.”
O vento bailou pelas árvores e continuou em frente. De mãos dadas, eles regressaram. Com o sol a pôr-se no horizonte, eles partiram. Com um barco imaginário a cruzar os últimos raios luminosos, eles sussurraram as últimas palavras. Com as folhas a preencherem o novo mundo, eles guardaram a melodia do mar nos seus corações. Com o tempo a acelerar como nenhum deles tinham sonhado antes, eles viveram. Com as sombras a segui-los, eles viveram. Com os demónios a segui-los, eles cantaram. Com a vida a pedir para seguir em frente, eles lutaram.
A voz do seu pai a rodear a sua memória durante os anos. Ele fora uma criança. Ele fora um guerreiro. Ele fora o marinheiro a ouvir as sereias, que escovavam os seus cabelos, sentadas num rochedo, no meio do oceano e sem se importarem com o presente. Ele rira, ele cantara, ele correra pelos caminhos de areia branca enquanto o seu pai o prosseguia, gritando as falas do grande e malvado pirata. Ele sonhara com um mundo novo, com a descoberta da nova terra.
As memórias, desenhadas na tela de areia, estavam agora guardadas no fundo do grande azul. Ele chorara com o pôr-do-sol. Lágrimas salgadas como a água do mar. Folhas a voarem para longe. Folhas a voarem bem alto. E na praia, com o sol a brilhar no céu azul cristalino, eles seguiram. Pai e filha. De mãos dadas… Um futuro… A história de uma terra.

6 comentários:

Nadine Mendes disse...

Ficou mesmo giro !!
Gostei imenso ;)
<3

Joana Rosa disse...

Nem sei mais que te diga a não ser obrigado =) Gosto imenso de ti! <3

Unknown disse...

Obrigada Nadine. :)

Unknown disse...

Obrigada Joana. *-*
Também gosto imenso de ti. <3

Pedacinhos de mim disse...

Boa tarde,

Primeiramente quero agradecer pelo comentário. Notou-se atenção aos sentimentos por entre as palavras.
Depois quero dizer que gostei do que li por aqui, a narrativa é clara e, a descrição, é boa.

Irei voltar com toda a certeza :)

Pedacinhos de mim disse...

Quero agradecer as palavras deixadas no meu blog e desejar um bom resto de semana :)