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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Sempre fui e sempre serei.


Sempre fui e sempre serei. Quando o sol se apaga, quando as nuvens começam a descender em espiral, mesmo quando Deus parece querer ver a tempestade destruir tudo o que com trabalho e paciência foi construído, é em todas as alturas que normalmente apenas a Mãe Natureza e Deus são os mediadores que eu sempre fui e sempre serei a culpada. E uma árvore cai, eu sou a culpada, mesmo que essa árvore estivesse do outro lado do oceano. A minha simples existência parece ser a causa de desastre.

Fui a fonte de desastres invisíveis provocados por parentes inúteis que nem nesta terra cultivam os alimentos. Fui o alvo das setas que deviam ter sido armadas contra aqueles que foram os culpados inocentes, mas aos olhos da justiça na casa apenas havia e haverá uma única culpada: Essa sou eu e mais ninguém. Lágrimas derramadas, falsas e convenientes, para limpar o maléfico rasto de maldades. Quando as minhas lágrimas caem não estão sozinhas. Sangue veio, sangue virá.

Oiço as lamúrias daqueles que por não terem aquilo que querem ralham. Eu que apenas quero um pouco de compreensão tenho de virar a cara para a parede e engolir todas as viscosas palavras envenenadas, porque se dirigir uma palavra contra os Santos condenam-me de blasfémia. Tudo o que sai da minha boca é mentira ou exagero, o contrário já não se aplica. Eles são Santos. Podem só vir cá uma vez por anos, podem apenas se importar com os Seres da Justiça uma vez no ano mas não interessa. Para todos os efeitos são Santos.

Um Ser da Justiça apercebeu-se finalmente do mal mesmo assim sente-se impotente. O outro não quer saber. Eu que cultivo a terra todo o ano, que me preocupo com todas as necessidades da Justiça e das Testemunhas vejo-me sujeita a parar de ser o que sou e a deixar que eles me controlem como se eu não passasse de uma marioneta, velha e gasta. Mesmo que eu queira voar, mesmo que eu queira mostrar a todo o que eles são, não vale a pena. A batalha está ganha. Mas a Guerra ainda não acabou.

Morrerei mil vezes antes de os deixar ganhar a guerra. Retaliar-me-ei e não desistirei. Mesmo que eu morra, mesmo que a guerra seja perdida, eles não terão descanso quando eles deixarem de pisar o mundo, porque no final Deus sabe o que se passa e a Mãe Natureza dar-lhe-á um relatório detalhado sobre todas as coisas visíveis e invisíveis que eles fizeram. E eu talvez seja finalmente ouvida, aquela que era muda finalmente levantará a sua voz. Sempre fui e sempre serei a Guerreira que viverá mil vidas.

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