Este é o local onde as palavras encantam.
Os escritores também tem sentimentos. Se sentiste, diz. Assim estaremos todos no mesmo nível de partilha.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Voar como a pomba branca


Espalhados pelo mundo, tristes e inconsoláveis,
Na negra realidade que nos abraça diariamente,
Andamos na rua, sozinhos, na mão direita
O relógio, na mão esquerda o quadro solenemente
Pintado com as cores, que se tornavam intocáveis,
E que mostravam a vida terrivelmente imperfeita.


Corríamos, saiamos de casa, mas continuávamos
Fechados na gaiola invisível misteriosa e inquebrável,
Ouvindo a canção suaves dos anjos, desejando
Que um dia fossemos salvos… Deixando a contestável
Vida de inconscientes. E enquanto esperávamos
Uma pomba branca voava com a força admirável.


Cada vez mais alto, e nós desejávamos voar,
Acreditar, ter coragem, ter fé e não fugir
Cobardemente dos obstáculos que a vida
Nos presenteia. Correr livremente, sorrir,
Chorar, cantar, abraçar a pomba e sonhar.
No fim, deixar de lado a constante dúvida.


Agarrar a mão dos outros e caminhar, saindo
Da jaula fria. Abrir os olhos e olhando para cima 
Gritar até os pulmões perderem o ar e então
Aquilo que sonhávamos é nosso. Uma lágrima
Derramada não é nada quando finalmente caindo
Em nós, percebemos o calor no nosso coração.


Correndo, sorrindo, voando livremente pelo mundo
Como a pomba branca ao longo do arco-íris brilhante.
Teremos tempo para aprender e deixar as velas arder,
Para que estas nos iluminem o caminho a jusante.
No futuro (seja ele qual for), segundo após segundo,
Viveremos para ver um novo e belo amanhecer.